Arquivo: Edição de 07-05-2008
SECÇÃO: Região
Acção de recolha de sangue registou grande adesão
Vila Franca aumenta número de dadores
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Foram muitas as pessoas que, no domingo, aderiram à acção de recolha de sangue realizada em Vila Franca das Naves |
É já habitual em Vila Franca das Naves haver um grande movimento de pessoas sempre que uma equipa do Instituto Português do Sangue se desloca à localidade para fazer a colheita de sangue, com o número de dadores a aumentar de ano para ano.
De ano para ano, a dádiva de sangue movimenta um número cada vez maior de pessoas em Vila Franca das Naves. Nesta vila do concelho de Trancoso, a lista de dadores tem registado um aumento significativo, sendo muito resultado do movimento gerado por um grupo que em Outubro de 2007 criou a Associação de Dadores de Vila Franca das Naves.
A Vila recebeu, no último domingo, 4 de Maio, mais uma acção de recolha de sangue, que, mais uma vez, motivou uma grande afluência de dadores às instalações da Escola EB 2,3 local, onde decorreu a iniciativa.
Nélson Costa, que durante oito anos esteve ligado à Associação Distrital de Dadores, preside agora à Associação de Vila Franca, cuja fundação se fica a dever à grande adesão a acções de colheita de sangue. “Vila Franca das Naves começou com 12 dadores, que iam dar a Pinhel. Agora formámos uma associação, tendo em conta a adesão de muitas pessoas”, disse, manifestando satisfação com o aumento registado.
Dador durante vários anos, este técnico de farmácia sempre teve uma “paixão” pela dádiva de sangue, que interrompeu há algum tempo devido a problemas de saúde. “Sempre tive a paixão por isto e, juntamente com uns amigos, conseguimos criar a Associação, que fica responsável pelos concelhos de Trancoso, Vila Nova de Foz Côa, Figueira de Castelo Rodrigo, Mêda e Pinhel”, explica Nélson Costa.
“Precisamos de muito sangue nos hospitais”
De referir ainda que, no domingo passado, Pinhel recebeu também uma brigada de recolha de sangue, que chamou muita gente ao quartel dos Bombeiros Voluntários da Cidade. Para o dia 22 deste mês está agendada uma acção na localidade de Reboleiro (edifício do Centro Cultural), no concelho de Trancoso, e uma outra a 22 de Junho, em Figueira de Castelo Rodrigo. Neste concelho, os dadores inscritos no Instituto Português do Sangue (IPS) são apenas 35, número que a Associação quer aumentar.
O presidente apela, por isso, à população figueirense para que adira à acção do próximo mês. “Figueira vai receber uma brigada de recolha de sangue e espero que as pessoas adiram, porque, infelizmente, precisamos de muito sangue nos hospitais”, alerta Nélson Costa.
O presidente refere, de resto, que o trabalho da Associação “é sensibilizar e mobilizar os dadores, incentivando à adesão de outros”. “Eu digo a todos os dadores que tragam mais um amigo, porque só dessa forma será possível colmatar o défice de sangue”, diz aquele responsável, destacando o facto de os dadores beneficiarem da isenção de taxas moderadoras. Uma regalia concedida a quem dá sangue duas vezes no ano. “Além de poder salvar uma vida, o dador tem essa regalia” no acesso a cuidados de saúde.
Para a realização das acções de recolha de sangue, o Instituto Português do Sangue desloca uma equipa do Centro Regional de Coimbra, constituída por médicos, enfermeiros e pessoal administrativo, que assegura os diferentes passos do processo.
Portugueses generosos
Um dos médicos presentes na acção realizada em Vila Franca, Paulo Sousa, destaca a grande adesão registada, salientando o interesse das pessoas por esta causa. “O povo português é muito cumpridor, e sempre que há um apelo verifica-se um grande afluxo de pessoas actualmente na dádiva de sangue”, refere o médico, dando conta da necessidade de haver sangue nos hospitais.
Foram muitas as pessoas que, na manhã de domingo, passaram pela enfermeira Florbela Carvalho, muitas pela primeira vez e algumas com um certo ‘medo’ da agulha. “Via-se que algumas pessoas estavam com algum receio no início, devido ao tamanho da agulha”, mas tudo correu bem.
Um dos dadores, Patrick Silveira, de 32 anos de idade, dá sangue há cerca de dez. Um gesto que muito valoriza, a pensar na possibilidade de salvar uma vida em risco. Sem medo da agulha, Patrick pretende continuar a dar sangue enquanto tal for possível.
Gesto reconhecido
Uma dadora de sangue foi recentemente homenageada num juntar convívio organizado pela Associação de Vila Franca das Naves. Uma homenagem a uma pessoa – Maria José Morgado Monteiro - que só deixou de dar sangue por motivos de idade, aos 65 anos. Foi uma forma de a Associação “manifestar o carinho e a gratidão” por um gesto “louvável”. “Quando as pessoas chegam ao limite de idade e não podem dar mais sangue, a Associação tem uma prenda para todos esses dadores”, disse o presidente, Nélson Costa.